Em entrevista à Folha de São Paulo a jornalista Rachel Sheherazade negou que esteja afastada do SBT por conta da pressão política que a emissora de Silvio Santos está sofrendo de partidos de esquerda.
A âncora do “SBT Brasil” disse que pegou férias e que volta ao comando do jornal na próxima segunda-feira. “Estou de férias (12 dias) no Nordeste! Já estavam programadas há três meses. Volto segunda-feira, se Deus quiser.”
Os rumores da imprensa eram que o SBT foi obrigado a afastá-la para não perder a verba pública de publicidade. O pedido para cancelar a verba do canal partiu da deputada federal Jandira Feghali (PCdoB) que fez representação junto à Procuradoria Geral da República (PGR) contra a jornalista.
Feghali afirma que durante o comentário sobre o caso do menor infrator que foi amarrado em um poste no Rio de Janeiro, a jornalista fez apologia ao crime. Sheherazade já se defendeu dizendo que não apoiou o ato, mas que disse ser “compreensível” a atitude da população diante da ineficiência do Estado.
Apesar de toda a polêmica envolvendo seu nome, Rachel não pretende deixar de dar sua opinião. “Continuarei. E quando não mais eu falar, vocês saberão que a censura venceu a liberdade de expressão!”.
O SBT também desmentiu o afastamento e disse que adiantou as férias da jornalista para que ela possa participar da cobertura da Copa do Mundo que acontece em junho.
Silvio Santos dono da emissora do SBT, se levantou a favor de Rachel dizendo que não estar preocupado com as ameaças do governo de suspender as verbas publicitárias do SBT.
Leia o pedido de suspensão de verba para o SBT:
“Excelentíssimo Senhor Ministro da Secretaria de Comunicação Social:
Levo à sua consideração os seguintes fatos, pedindo providências urgentes:
- É público e notório que a apresentadora do Sistema Brasileiro de Televisão – SBT, Rachel Scherazade, no episódio do jovem negro que foi amarrado nu a um poste, defendeu a ação dos agressores, que, sem provas ou indícios de crime humilharam e maltrataram aquele jovem, argumentando que tal atitude seria justificada, por terem os cidadãos de bem de tomar a justiça em suas próprias mãos, uma vez que o Estado não cumpriria sua função de propiciar segurança.
- Ao fazer isso, a jornalista e o SBT fizeram apologia e incitamento ao crime, à tortura e ao linchamento, o que constitui crime previsto no art. 287 de nosso Código penal, que reza:
“Art. 287. Fazer, publicamente, apologia de fato criminoso ou de autor de crime:
Pena – detenção de 3 (três) a 6 (seis) meses, ou multa.”
- O SBT não pode alegar que era uma opinião privada da jornalista, pois, se assim fosse, estaria obrigado a dar a ela algum tipo de punição, pela prática de crime utilizando o veículo de comunicação pelo qual é responsável, o que não fez.
- Sendo o SBT concessionário de um serviço público, muito mais grave se afigura essa apologia ao crime, podendo ensejar inclusive a cassação de sua concessão, pois o Estado não pode admitir que seja cometido um delito em um veículo que foi licenciado por ele.
- Considerando tudo isso, solicitamos a V. Exª que tome as medidas cabíveis em relação à jornalista e ao SBT, em especial e de plano a suspensão de quaisquer verbas oficiais que sejam destinadas a esse sistema.
Atenciosamente,
Deputada JANDIRA FEGHALI
Líder do PCdoB”
Fonte: Gospel Prime - Adaptação: Amigos do JM
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