quarta-feira, 30 de julho de 2014

Porta dos Fundos ridiculariza Ceia em novo vídeo

O Brasil possui uma grande variedade de denominações religiosas. Cada uma detém características únicas e singulares mas no final das contas todas disputam por influência e pela salvação dos fiéis. Portanto, nesse mercado religioso cada vez mais concorrido, sobrevive aquela que destaca-se dos seus competidores e oferece ao fiel uma salvação completa, diferenciada e com duas guarnições à sua escolha.
Este é o texto de apresentação do novo esquete do grupo Porta dos Fundos: “Pão Nosso”. Religião é um tema recorrente do canal, sendo o segundo este mês. O primeiro foi lançado dia 3, com o título de “Defesa pessoal”, o material usa a figura de um pastor (que fala como o bispo Edir Macedo) dando uma aula de “defesa pessoal cristã”. Baseado no princípio cristão de “oferecer a outra face”, ao longo dos três minutos e meio do material em questão, ridiculariza quem tem fé.
Em “Pão Nosso”, que foi publicado na segunda (28), Gregório Duvivier interpreta Isaías, o dono de uma padaria que está prestes a ser autuado por sonegação de impostos pela Receita Federal e tenta convencer o fiscal que, na verdade, o espaço é uma igreja.
Ao entrar no local, o fiscal (Luis Lobianco) quer aplicar uma multa de 320 mil reais e fechar a padaria. Isaías se defende, afirmando que a razão social do estabelecimento é “Igreja Universal do Pão em Cristo”. A seguir, explica que não vende nada. Os preços são as doações sugeridas para a igreja e que existe um “brinde” correspondente.  Vai listando então as opções: Pão doce de Deus (R$ 1,20), kibe abençoado (R$2,50), ciabata cristã e refresco abençoado (R$ 4,50) e o almoço abençoado (R$ 13,20).
Ao vender o prato do dia, Frango Benzido, Isaías faz uma oração pelo alimento diante da cliente. O problema é que o tom de voz utilizada é o mesmo que Duviver usou para imitar Edir Macedo em outros vídeos (o nome da padaria também lembra a IURD). Não bastasse isso, sua oração remete ao “corpo de Cristo”, remetendo ao que os pastores (e padre) fazem normalmente antes de servir a ceia aos fiéis nas igrejas cristãs. Justifica-se ao fiscal, dizendo que aquilo lembra que Cristo morreu pelos nossos pecados.
Quando o fiscal afirma não acreditar que um frango pode ser sagrado, o dono da padaria-igreja compara seu ritual profano com objetos sagrados de diferentes religiões, incluindo santos católicos. Ao chamar de “palhaçada” o que a pretensa igreja faz, é confrontado com a possibilidade de ser preso por “escarnecer de objeto de culto religioso” e que intolerância religiosa pode resultar de 3 a 5 anos de cadeia.  O fiscal acaba desistindo e pede uma “esfirra cristã” (R$3,30).
“Pão Nosso” já tem quase 800 mil visualizações. A maioria dos vídeos do Porta dos Fundos chega a ter 2,5 milhões e alguns já passam de 5 milhões. O canal do Youtube acumula uma série de polêmicas por causa dos vídeos cujo assunto é religião. Neste caso, eles fazem uma menção velada às críticas que recebem toda vez que tocam num tema que fira os cristãos.  Ano passado se envolveu em uma polêmica grande com o pastor Marco Feliciano e sofreu ameaça de processo justamente por “escarnecer de objeto de culto religioso” (a qual Duvivier lembra no vídeo que dá cadeia)
Até o momento, passam de 3 mil comentários no Youtube e como de costume as opiniões se dividem. Alguns afirmam que o vídeo reflete o que fazem as igrejas, mas a maioria parece rejeitar esse tipo de humor. Como já aconteceu em outros vídeos, pessoas denunciam o material como abusivo, o que pode tirar o material do ar.
O usuário Vitor Mateus foi enfático no comentário “Zombam do cristianismo de forma grosseira ao comparar o Corpo de Cristo com um frango, promovendo a discórdia entre os cristãos, pois Cristo é uma figura de respeito e adoração aos cristãos e sagrado! E impede de que indivíduos sem conhecimento acreditem que toda as religiões cristãs são abusivas e mercados da fé! Humor mentiroso e esdrúxulo!(sic)”
Já Jr. Oliver avisa: “Perderam um fã. Não vou mais assistir vocês… mexer com a fé das pessoas é diabólico”. Por sua vez, Weslley Oliveira dispara “Estão cada vez mais sem criatividade mesmo, esses vídeos de engraçados estão ficando vergonhosos, não sabem mais fazer comédia sem zoar religião? Lixo! (sic)”.


Fonte: Gospel Prime

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