segunda-feira, 22 de agosto de 2016

SBT recusou oferta de R$ 200 milhões da Igreja Mundial por locação de horários

A Igreja Mundial do Poder de Deus teria oferecido R$ 200 milhões ao SBT para alugar horários de sua grade de programação, mas o dono da emissora, Silvio Santos, recusou.
O SBT, que completou 35 anos de existência na última sexta-feira, 19 de agosto, é a única grande emissora de sinal aberto do país a não veicular nenhuma atração de cunho religioso. Silvio Santos é judeu e considera que não deve abrir espaço para nenhuma religião no formato que as concorrentes fazem. Equilibrado, ele não veta a presença de líderes religiosos em seus programas, que constantemente se valem de cantores gospel ou padres artistas.
A procura da denominação fundada por Valdemiro Santiago pelo SBT aconteceu quando, há aproximadamente quatro anos atrás, a Igreja Universal do Reino de Deus iniciou uma ofensiva midiática e praticamente expulsou a Mundial das emissoras de TV aberta, usando os atrasos recorrentes nos pagamentos como forma de ocupar seu espaço.
De acordo com o jornalista Ricardo Feltrin, do Uol, “houve gente na direção do SBT que considerou que era hora de o SBT ‘entrar no jogo’, afinal, seriam R$ 200 milhões líquidos para os cofres da emissora, sem custos”.
Mas, Silvio Santos, convicto, não aceitou. “E não foi por simpatia ou antipatia à igreja de Valdemiro”, observou. “Acontece que em 2005, sete anos antes de Valdemiro pisar no palco de Ratinho como convidado, o SBT já havia sido sondado pela mesma soma (e que nesse ano valia muito mais) da própria Igreja Universal, que também tentou comprar as madrugadas da rival”, acrescentou Feltrin, explicando o critério de Silvio Santos.
Atualmente, todas as grandes emissoras do país veiculam algum conteúdo religioso. Globo e Cultura exibem, respectivamente, a Santa Missa com padre Marcelo Rossi e a Missa de Aparecida. O espaço é cedido gratuitamente à Igreja Católica por essas emissoras.
As demais, Band, Record, Gazeta e RedeTV! vendem fatias consideráveis de suas grades para igrejas evangélicas diversas, por valores que variam, em média, de R$ 20 milhões (Gazeta), R$ 150 milhões (Band), a R$ 550 milhões anuais (Record).

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