A jovem contou que estudava em um colégio interno e que dormia com mais quatro garotas em apenas um quarto, mas nos finais de semana o número de meninas passava de dez.
Em uma dessas noites, as jovens conversavam sobre traumas de infância, até que uma amiga da youtuber revelou que foi estuprada quando tinha apenas 5 anos por um irmão que era 10 anos mais velho. Por medo, essa amiga não revelou para ninguém, e continuou sofrendo abusos até os 12 anos de idade.
Na roda de amigas, uma após a outra começou a contar relatos de abuso, assédio e estupro. Fabiana disse que muitas daquelas jovens internalizaram que os casos sofridos na infância aconteceram por erros delas. “Qualquer maneira que toquem o seu corpo sem que você tenha pedido, isso é um abuso. E muitas descobriram naquele momento que o que elas viveram era um abuso”, disse a youtuber no vídeo.
A jovem também disse ter se lembrado de um caso que aconteceu com ela ainda na infância. Ela foi visitar uma amiga, que era filha de uma pessoa íntima da família. Ao chegar a essa casa, o pai da amiga dela disse que a filha estava dormindo, e puxou Fabiana, mandando ela tirar a roupa. “Eu não sabia direito o que era aquilo, eu só tinha 10 anos de idade. Eu não tinha discernimento sobre o que estava acontecendo”, relatou a youtuber. “Fiquei paralisada. [...] Porque é um adulto dizendo pra gente fazer uma coisa que no fundo a gente sente que não é pra fazer, mas que a gente tem que obedecer aos adultos”.
Fabiana disse que pediu socorro a Deus e, no mesmo instante, uma vizinha bateu à porta. A youtuber contou quer , naquele momento, saiu correndo. “Nunca mais pisei naquela casa, mas ficava desesperada quando ele vinha na minha casa. Eu me trancava em meu quarto, tinha crise de tremedeira e vontade de chorar”.
Anos depois, Fabiana teve coragem de contar o caso para a mãe. A primeira pergunta que ela ouviu foi: “Por que você não contou antes?”. A jovem disse que não tinha contado por sentir medo e vergonha. “Na minha cabeça eu era a culpada, eu provoquei aquele olhar malicioso. De certa forma, eu tinha culpa”, disse Fabiana.
A jovem revelou que passou por terapias e estudos para entender que o erro não foi dela. “A criança não tem culpa se um adulto maníaco vê nela um objeto sexual. Ele é que estava errado”.
No vídeo publicado no YouTube, Fabiana incentivou as vítimas a denunciarem casos de abuso e ressaltou que um abuso não define uma vítima. “Você não precisa pra sempre ficar marcada por um abuso, um trauma que aconteceu na sua infância, na adolescência ou se ainda continua acontecendo. Você pode e deve se lembrar que isso não é culpa sua”, disse.
“Por acreditar em Deus, eu acredito que Ele liberta, que Ele consegue limpar as nossas mentes e emoções de coisas ruins que nos aconteceram. Isso me conforta. Para continuar lutando pelos seus sonhos, buscando o sucesso para a sua vida, você tem que se lembrar que isso (abuso) não te define. As coisas boas estão à espera por uma pessoa boa como você”, finalizou.
Veja o vídeo completo:
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