quinta-feira, 9 de março de 2017

Cristãos mostram força no cenário cinematográfico

O cinema e os cristãos com o passar dos anos estreitaram os laços, mas nem sempre essa relação foi próxima. Por décadas as igrejas e filmes tiveram mais atritos que elogios, mais críticas do que o reconhecimento de que a arte do cinema poderia passar ensinamentos religiosos.
Conforme O Globo, a mudança de visão veio com a possibilidade de um filme alcançar mais gente do que uma pregação aos domingos. Um bom exemplo está no trabalho de dois irmãos americanos, pastores da Igreja Batista de uma cidade com menos de 100 mil habitantes na Georgia.
Alex e Stephen Kendrick fizeram em 2003 seu primeiro longa-metragem, “A virada”, sobre um vendedor de carros que toma rumo na vida ao aceitar Cristo. Para encerrar a obra, eles conseguiram apoio de voluntários, pegaram equipamento emprestado e gastaram apenas US$ 20 mil.
Nos cinemas, “A virada” teve um lançamento discretíssimo, arrecadando US$ 37 mil. Mas o que aconteceu em DVD iluminou o caminho dos Kendrick. Foram 300 mil cópias vendidas, semeando o terreno para outros quatro filmes, todos de baixo orçamento e com retorno milionário.
O último foi “Quarto de guerra” (2015), um drama sobre uma família em crise que custou US$ 3 milhões, mas foi lançado pela Sony e lucrou US$ 67 milhões só nos cinemas dos EUA.
“Graças a Deus, ‘Quarto de guerra’ também foi um sucesso no Brasil, com um público de mais de 600 mil pessoas. De DVD vendemos 40 mil unidades”, afirmou Ricardo Carvalho, gerente de marketing artístico da distribuidora Canzion Films, uma multinacional fundada no México há 30 anos e que lançou a obra dos Kendrick no Brasil.
“Nós buscamos filmes que tenham uma mensagem que possa abençoar as pessoas e as aproximar de Cristo. A gente convidou pastores para as sessões. Se eles gostam, recomendam o filme em suas igrejas”, explicou Carvalho.
Para o mercado cinematográfico, que durante tanto tempo lamentou a venda de cinemas de ruas para igrejas, é uma reviravolta digna dos mais incríveis milagres bíblicos.

Marketing boca a boca

Essa estratégia segmentada de marketing tem sido regularmente utilizada, com sucesso. Boa parte das produções cristãs não aparece em reportagens de jornal nem ganha espaço publicitário em outdoors nas ruas. Mas seu público fica sabendo, seja pelo boca a boca dos fiéis, ou pelo sermão na igreja.
“Não é fácil produzir um filme cristão. Às vezes uma única cena acaba fugindo do foco, e para esse público a mensagem é o mais importante”, explicou Ygor Siqueira, ex-diretor executivo da Graça Filmes e hoje dono de sua própria empresa, a 360WayUp.
O cinema brasileiro também vem, aos poucos, acompanhando o movimento do mercado. Lançado no ano passado como adaptação da novela da TV Record, “Os Dez Mandamentos” se tornou a maior bilheteria da história do país, com 11,3 milhões de ingressos vendidos.

Fonte: Gospel Prime

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