sexta-feira, 31 de março de 2017

Mais de 200 cristãos foram assassinados este ano na Nigéria

Ataques de muçulmanos da etnia fulani às comunidades predominantemente cristãs na Nigéria, deixaram mais de 200 mortos este ano, além casas e fazendas destruídas. O ataque mais recente foi a uma igreja evangélica durante o culto no domingo, 19 de março.
Dois cristãos foram assassinados na aldeia de Oshugu, região central do país. O ataque gerou uma fuga em massa, onde centenas de pessoas saíram da área com medo das ameaças feitas pelos radicais islâmicos.
“O ataque à nossa aldeia ocorreu pela manhã, enquanto estávamos dentro da igreja”, disse um sobrevivente, identificado apenas como Ittah. “O líder de nossa vila e uma outra pessoa morreram, e muitos ficaram feridos. O triste é que estes fulani têm atacado nossas comunidades e ninguém faz nada para impedir isso”.
Segundo documentos encaminhados à Assembleia Nacional da Nigéria, desde janeiro os jihadistas mataram mais de 200 pessoas e feriram outros 500. A petição cita ainda casos de  estupro e sequestros.
Aminu Suleiman, um dos líderes do movimento que pede providências ao governo, lamentou. “Estamos feridos e angustiados. Estamos morrendo como resultado dessa destruição da nossa atividade econômica e perda de nossas terras”. Ele ressaltou que os radicais são pastores de gado que invadem as terras dos cristãos, os ameaçam e depois ficam com as fazendas para si.
Esse tipo de investida não é novidade. Há registros desde 2014 de um movimento crescente que atinge os estados da região central como Bauchi, Kaduna, Taraba e Adamawa.
Em alguns casos, os pastores Fulani estavam acompanhados de mercenários islâmicos vindos de fora da Nigéria somente para atacar aldeias cristãs. O maior massacre, em fevereiro de 2016, deixou um saldo de 300 cristãos mortos no estado de Benue.
Segundo dados da Missão Porta Abertas, apesar dos cristãos perfazerem 51,3% da população nigeriana, o país ocupa o 12º lugar na lista perseguição ao cristianismo.
A região norte da nação é dominada pelos radicais do Boko Haram, que vem tentando expandir seu território fazendo incursões aos estados no centro da Nigéria. A ineficiência do governo parece que tem servido de estímulo para o aumento dos ataques. 

Com informações de Assist News

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