Quando se trata de violência doméstica, muitos pastores e igrejas querem ser úteis, mas boa parte deles não sabe como começar a ajuda. A maioria diz que a sua igreja é um local seguro para as vítimas de violência doméstica, mas muitos não têm conhecimento se alguém de sua igreja já foi vítima de violência no ambiente familiar.
Essas são algumas descobertas que o estudo sobre ‘igrejas e abusos domésticos‘, da LifeWay Research, empresa de pesquisas cristãs baseada em Nashville, nos Estados Unidos, revelou. A pesquisa foi feita por telefone com 1 mil pastores de diversas regiões dos EUA. Scott McConnell, diretor executivo da LifeWay, disse que as igrejas querem ajudar as vítimas de violência doméstica, mas nem sempre são eficazes. “Muitos pastores não estão cientes se a violência doméstica está acontecendo em sua congregação. E, mesmo se eles estão cientes, muitas vezes, não sabem como ajudar”, revela.
A LifeWay Research descobriu que 87% concordam firmemente com a afirmação de que “uma pessoa que experimenta violência doméstica acharia na igreja um refúgio seguro”; 11% concordam um pouco e 1% não tem certeza.
No entanto, 47% afirmam não saber se alguém de sua igreja foi vítima de violência doméstica nos últimos três anos. Cerca de 37% dizem que um membro da igreja foi vítima de violência doméstica; 15% dizem que ninguém foi vítima de violência doméstica.
McConnell suspeita que há mais vítimas nas igrejas do que os pastores percebem. De acordo com o Centers for Disease Control and Prevention (Centro de Controle e Prevenção de Doenças), quase um quarto das mulheres americanas (24,3%) e um em cada sete homens (13,8%) “sofreram violência física severa por um parceiro íntimo”. “É ingênuo supor que uma igreja poderia permanecer imune à violência doméstica”, disse.
Essa falta de experiência ou consciência pode explicar por que muitas igrejas não têm um plano para ajudar as vítimas. Apenas 52% têm uma proposta para auxiliar essas pessoas; 45% não têm nenhum plano e 2% dos pastores não souberam responder a questão.
Entre os recursos que as igrejas oferecem às vítimas, 76% têm conselheiros profissionais à disposição da vítima; 64% têm finanças para ajudar as vítimas; 61% podem fornecer às vítimas um lugar seguro para ficar e 53% podem prestar assistências jurídicas às vítimas.
Julie Owens, consultora na Carolina do Norte. que criou programas de prevenção à violência doméstica para igrejas, disse que as igrejas querem ser refúgios para as vítimas, mas não tem como uma vítima saber que uma igreja é um lugar seguro se o pastor nunca falar sobre isso.
Ela também alerta que as igrejas, muitas vezes, fazem mais mal do que bem em casos de abuso doméstico. Se um pastor conversar com um suposto agressor, o agressor, muitas vezes, negará as alegações e então retaliará a vítima. “As igrejas subestimam os danos espirituais, psicológicos e emocionais causados pelo abuso”, disse Julie. “Você pode ter grandes recursos no lugar para ajudar as vítimas, mas se ninguém sabe que eles existem, esses recursos não servem para nada”, finalizou Scott McConnell.
Com informações da LifeWay Research
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