quinta-feira, 27 de abril de 2017

Israel bombardeia alvos na Síria, aumentando a tensão na região

Israel invadiu mais uma vez o espaço aéreo da Síria para bombardear alvos “estratégicos”. Tanto o governo sírio quanto o grupo terrorista do Hezbollah afirmam que poderão retaliar, acrescendo ainda mais tensão numa região devastada pela guerra.
Imagens divulgadas pela mídia do Oriente Médio mostram que caças israelenses bombardearam nesta madrugada um depósito de armas próximo do Aeroporto Internacional de Damasco, capital da Síria. Não há registros oficiais de mortos.
Embora oficialmente Israel se recuse a confirmar, este seria o segundo ataque em quatro dias do país contra alvos na Síria.
O ministro do serviço de Inteligência de Israel, Yisrael Katz, assumiu parcialmente a responsabilidade em entrevista.
Ele declarou que “o incidente é completamente compatível com nossa política de impedir a transferência de armas para o Hezbollah. Toda vez que recebermos informações da inteligência sobre planos desse tipo, iremos agir. Devemos impedir que o Irã estabeleça uma presença militar na Síria”.
Em janeiro, o governo de Bashar al-Assad acusou Israel de ter bombardeado o aeroporto militar de Mazze, onde fica o serviço de inteligência da Aeronáutica. O local estava servindo para armazenar armamento pesado que estava sendo contrabandeado para o grupo terrorista libanês Hezbollah, um dos principais apoiadores de Assad.
No mês seguinte, um caça israelense bombardeou posições do Exército Árabe da Síria nas montanhas Al-Qalamun, a noroeste de Damasco.
Por sua vez, tanto o governo sírio quanto o Hezbollah nos últimos meses vem fazendo seguidamente ameaças de invadir Israel.
No ano passado, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu admitiu que Israel atacou dezenas de comboios de armas destinadas ao Hezbollah. O argumento é que a presença na Síria do Hezbollah, um de seus principais adversários, é um suporte para o Irã e serviria de base para a guerra prometida contra Israel.
A Rússia, através do porta-voz Dmitry Peskov, criticou a ação militar israelense e exigiu “respeito à soberania da Síria”. Moscou é sabidamente aliada de Assad e do Irã. Já o Ministério das Relações Exteriores russo, foi mais enfático, alertando que a postura de Israel é “inaceitável” e que “Moscou condena os atos de agressão contra a Síria”.
Analistas acreditam que a instabilidade na região pode resultar em uma nova guerra contra Israel, uma vez que Israel está tecnicamente em guerra há décadas contra a Síria, em especial por conta das divergências sobre o domínio das colunas de Golã.
O Líbano, vizinho da Síria, e mantenedor das milícias do Hezbollah também mantém um “estado de guerra” com Israel desde 2006, quando ocorreu o último grande conflito entre os países. 

Com informações de Times of Israel e agências internacionais

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