quarta-feira, 12 de abril de 2017

Há mais respeito pela liberdade religiosa de muçulmanos que de cristãos

Quase todas as manifestações contrárias ao islã na Europa logo são categorizadas como “discurso de ódio” e “xenofobia”. O discurso multiculturalista, amplamente defendido pelos movimentos de esquerda, sempre levanta a bandeira do “respeito” e dos perigos da generalização.
É verdade que nem todo muçulmano é terrorista, mas igualmente verdadeiro que os cristãos têm o direito de expressar sua fé e defender seus valores que seguidamente se chocam com questões políticas e culturais, certo? Não necessariamente para a imprensa e movimentos sociais que, nesses casos, rapidamente lembram que o Estado é laico e não se pode impor pensamentos religiosos sobre a sociedade como um todo.
Levando essas e outras questões em consideração, o historiador austríaco Martin Kugler, especialista em questões envolvendo religião e sociedade, conclui: “Em geral, os muçulmanos têm mais liberdade para usar símbolos religiosos ou seguir suas convicções do que os cristãos”.
Destaca ainda que, em alguns países da União Europeia, “as elites políticas estão mais abertas a permitir os símbolos do Islã na vida pública do que a cruz e os valores cristãos”.
Ele fundou o Observatório contra a Discriminação dos Cristãos, que monitora grande parte do que sai na mídia envolvendo liberdade religiosa, um assunto que seguidamente levanta polêmicas.
Segundo Kugler, há uma “ofensiva laicista” contra os cristãos, revelando que “a política europeia tem diferentes critérios quando se trata de cristãos ou muçulmanos”. Como exemplo, lembra das vitórias nos tribunais para o uso do véu islâmico, enquanto tentam erradicar as cruzes dos lugares públicos.
O especialista aponta para casos recentes, envolvendo uma enfermeira e servidores públicos que foram repreendidas, ou até mesmo despedidas, por falarem de sua fé ou usarem símbolos cristãos no local de trabalho. Sublinha que em vários países estão tentando limitar a presença de presépios nos colégios e nos lugares públicos nas épocas de Natal e da Páscoa.
O estudioso da liberdade religiosa argumenta: “A justificativa é a separação entre a Igreja e o Estado, mas em minha opinião isso é uma desculpa. O secularismo radical europeu pretende, em nome da tolerância e da neutralidade do espaço público, impor uma ideologia que supõe a expulsão dos cristãos da vida pública”.
Em sua análise, os cristãos da Europa estão sendo atacados em várias frentes. “[O Islã] É um grande desafio para a cultura cristã, mas acho que o secularismo agressivo é mais perigoso. Se os cristãos tiveram liberdade para se mover livremente seguindo a sua consciência, com suas escolas e seus direitos, seria mais fácil enfrentar o auge da cultura muçulmana”, sublinha.
Para ilustrar isso, ressalta que há casos de profissionais de saúde despedidas na Suécia, no Reino Unido, na França e na Alemanha, por não quererem participar de abortos. “As autoridades não reconhecem o seu direito à objecção de consciência. Este é um direito humano central, mas a cultura laicista não o respeita”, lamentou.
Kugler entende que “o secularismo radical prejudica a democracia, porque remove tudo o que é transcendental do espaço público e sugere uma suposta neutralidade do Estado que não existe”.

Discriminação

Martin Kugler asseverou que é um crescimento no nível de intolerância e de discriminação contra os cristãos nas sociedades europeias. “São duas coisas diferentes, embora estejam relacionas”, lembra, “primeiro ocorre uma pressão social e, em seguida, isso transcende na legislação dos Estados”.
Dentro da luta pela liberdade de consciência e religiosa “deve-se distinguir entre o nível jurídico-legal, que seria a discriminação mediante leis que tentam limitar a liberdade de consciência– por exemplo, na vida profissional –, e o nível social, ou seja, a marginalização, a intolerância com os cristãos, aos quais tentam submeter a uma grande pressão através de uma opinião publicada hostil e uma educação estadual reduzida”.

Solução

Embora uma “solução” nesses casos não seja fácil de ser apontada, ele recorda as palavras da chanceler alemã, Angela Merkel: “Não precisamos de menos islamismo, precisamos de mais cristianismo”.
O estudioso entende que há falhas na maneira como que as igrejas lidam com o assunto.  “Muitos cristãos alemães não sabem explicar aos muçulmanos a mensagem da Bíblia, ou o significado das celebrações cristãs, como a Páscoa. Não sabem explicar a doutrina da Igreja. Há uma falta de formação e de coragem dos cristãos europeus”, conclui. 

Com informações de ACI

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