Durante uma participação no programa “Domingão do Faustão” o autor da novela, Walcyr Carrasco, comentou sobre os personagens gays e como a história ajudou pais de homossexuais a entenderem seus filhos.
“Um dia um repórter gay veio falar comigo que a mãe dele, que é evangélica e tinha parado de falar com ele, o procurou para dizer que o aceitava depois de assistir ‘Amor à Vida’. Então, isso que importa para mim”, disse Carrasco.
Em entrevista ao portal UOL o diretor da Globo Mauro Mendonça Filho comentou a forma como o assunto foi abordado pelo autor da novela, dizendo que a forma como os personagens gays foram mostrados colaborou para criar a aceitação do público.
“A grande dificuldade do brasileiro mediano, quando se trata de personagens homossexuais, é a aceitação de que existe afeto. Porque as pessoas sempre gostaram do gay cômico, mas quando é o gay amoroso, as pessoas não aceitam. O fundamentalismo antigay sempre pregou que isso ‘não é Deus’, mas o afeto é divino”, disse ele.
Os atores entenderam o objetivo e se esforçaram para cumprir o papel escrito. Thiago Fragoso, que interpreta Niko, afirmou que seu personagem ajudou as pessoas a entenderem melhor o homossexualismo.
“Queria que a humanidade dele fosse sua primeira característica, assim como sua bondade, solidariedade, compaixão, seu bom coração e a vontade de ser pai. Queria que tudo isso fosse mais forte que o fato de ele ser homossexual, justamente para que a gente pudesse trazer as pessoas para dentro desse universo e mostrar que a sexualidade faz parte do homem, mas que não nos escraviza”, disse o autor.
Fragoso também liga o pensamento “conservador” com a discriminação. “O que afasta uma pessoa conservadora, tradicional, é quando ela vê uma relação sexualizada entre dois homens. E o meu desejo quando comecei essa novela foi justamente trazer essas pessoas para dentro desse universo mostrando o que elas têm em comum com esses personagens.”
Fonte: Gospel Prime
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