Fugindo do estereótipo evangélico, Diego Carreiro Moura, idealizador do projeto, tem o cabelo formado por dreads, onze tatuagens espalhadas pelo corpo e grandes alargadores nas orelhas. Ele diz que impressiona ao falar que sempre frequentou a igreja, mas não é com a aparência que Deus se importa.
A ideia do morador de Campo Grande, na Zona Oeste do Rio, surgiu há sete anos, quando Diego começou a aprender a profissão de DJ com um amigo. Depois de algumas experiências tocando pelas igrejas, ele percebeu que os evangélicos precisavam de uma festa só para eles e criou a Crewolada.
“A galera cristã não se sente à vontade de sair para eventos seculares e acaba ficando sem opção”, afirma.
O primeiro baile, em setembro de 2008, teve alguns problemas na organização — trocou de endereço poucos dias antes da data marcada e precisou de empréstimo para pagar o aluguel do salão e do som — mas reuniu cerca de 100 pessoas.
Princípios
O início do evento é marcado por um momento de oração feito quando o espaço já está lotado. Em seguida, quatro DJs se revezam para tocar os ritmos que agitam o baile: charme, rap, soul, rock e blues.
A diferença é que no local não são vendidas bebidas alcoólicas ou cigarros – apenas refrigerantes, água e comida. Além disso, Diego avisa que as paqueras são restringidas: “Nada de levar para o canto e agarrar.”
De repente, a música é interrompida para uma mensagem. São dez minutos de pregação sobre algum tema do cotidiano dos jovens com base na Bíblia Sagrada.
O Crewolada, que acontece bimestralmente, chegou a receber cerca de 2.300 pessoas. A próxima festa será no dia 19, no Bangu Atlético Clube, que fica na Avenida Cônego de Vasconcelos 549, em Bangu.
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