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terça-feira, 12 de janeiro de 2016

Folha de São Paulo publica homenagem a Susie Valadão

Foto: Reprodução/Youtube

No último domingo (10), foi publicada, no site do jornal “Folha de São Paulo”, uma homenagem à pastora e missionária Susie Meire Valadão Cintra Vasconcelos, que faleceu, no último dia 2 de janeiro, após contrair uma infecção bacteriana devido à baixa imunidade durante o tratamento do câncer.

CLIQUE AQUI PARA VER A HOMENAGEM DO JORNAL FOLHA DE SÃO PAULO.

Infância e adolescência de Susie

Belorizontina de coração, Susie nasceu, na cidade de Mineiros (GO), nas mãos do pai, médico do Hospital Samaritano, no dia 28 de junho de 1970. Veio para a capital mineira com 10 anos de idade. Era a neta primogênita da família Valadão e sempre foi muito amada. Junto ao seu irmão, Paulo Sérgio, aprendeu, desde cedo, os princípios das Escrituras Sagradas, sendo a quarta geração de cristãos fervorosos. Foi uma criança obediente e muito carinhosa, cheia de dons e talentos para cantar, compor, falar em público, ensinar (principalmente crianças) e, desde pequena, teve fortes experiências com Deus.
Aos 7 anos, Susie recebeu o diagnóstico de Leucemia e foi curada de maneira sobrenatural através das orações de seus pais, familiares e pessoas que criam no poder de Deus para trazer-lhe a cura. Algo marcante aconteceu nessa cura, pois ela tinha o tipo sanguíneo “O Rh positivo” e, a partir de então, de maneira sobrenatural, o seu sangue se tornou “O Rh negativo”.
Susie entregou sua vida a Cristo aos quatro anos de idade e respondeu a um chamado missionário aos nove. A partir dos 12 anos, começou a viajar pelo Brasil, cantando e apresentando em teatros e jograis nas igrejas e praças, levando a mensagem da salvação. Em sua adolescência, formou, com amigos preciosos, a banda “Sal da Terra”, e cantaram durante muito tempo em congressos (como Confrajovem), acampamentos e trabalhos de evangelismo.
Susie Valadão

Susie Valadão

Vida familiar

Susie sempre foi carinhosa, meiga, prestativa, amiga e alegrava qualquer ambiente. Com muita sabedoria e meiguice, ela trazia palavras marcantes e se identificava com os sofridos e necessitados, ajudando com a psicologia até mesmo durante os momentos mais delicados, em que a enfermidade a limitava.
Ela sonhava com missões, amava as nações, desejava se doar totalmente para que o mundo conhecesse o amor de Deus e que as igrejas cristãs em toda a terra pudessem cumprir o seu chamado de amor.
Aos seus pais, ela soube honrar durante toda a vida, dando-lhes presentes que ela nem mesmo tinha. Ao irmão, cunhados, sobrinhos, primos, tios, avós, ela sempre demonstrou amor, respeito, honra e carinho. Buscava manter os laços de família com chás, almoços, churrascos e momentos especiais em sua casa. Nunca deixou de comemorar uma data sequer da família: queria que todos estivessem perto e unidos.

Foto: Fanpage Kaiser Vasconcelos

Formando uma nova família

Em março de 1987, Susie conheceu seu esposo, Kaiser Vasconcelos, em um acampamento para jovens da Lagoinha, depois de ser apresentada a ele pelo irmão, Paulo Sérgio. Dois meses depois, em maio, Kaiser conversou com os pais dela, e, após duas semanas, eles começaram a namorar. Uma curiosidade é que Kaiser pegou nas mãos de Susie somente três meses depois do início do namoro.
Em fevereiro de 1988, ambos começaram a liderar os juniores da Lagoinha e, em maio do mesmo ano, ficaram noivos. O casamento foi em setembro de 1990, na igreja. Em junho de 1995, nasceu a filha primogênita do casal, Hadassa Elise. Em dezembro de 1997, Susie deu à luz Rahissa. E, em novembro de 1999, nasceu a terceira filha, Sanny Mércia. Em setembro de 2015, Susie e Kaiser comemoraram 25 anos de casados.
Susie sempre foi uma mãe presente, sábia, amiga, orientando as filhas no dia a dia e acompanhando-as nos estudos, nos relacionamentos, na vida com Deus. Como esposa, sempre meiga e honrando o esposo, acompanhando-o, até o último instante, em pregações, casamentos, comemorações. Em seu último dia, antes de ser internada no hospital, Susie acompanhou Kaiser na passagem de ano no Acampamento da MPC. Ela ceou com os irmãos mesmo sentindo algum mal estar. Colocava Deus como prioridade em sua vida. Contemplava a família como dádiva do Senhor e a cuidou com todas as forças e muita oração, buscando que tivessem, juntos, todos os dias, um momento de reflexão na Palavra de Deus e oração.

Foto: Fanpage Gideões Mirins

Formação e ministério

Susie formou-se em Psicologia pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e, durante 15 anos, dedicou-se ao atendimento de crianças, jovens e famílias. Aceitou o desafio de organizar o serviço de Assistência Social da Igreja Batista da Lagoinha (IBL) e, logo depois, junto ao noivo Kaiser Vasconcelos, dedicou-se ao ensino dos juniores (UNIJUNI). Em seguida, assumiram os adolescentes da UNIJOVEM e a liderança da Rede dos Adolescentes da IBL, onde foram pastores por 20 anos (1988 a 2008).
Em junho de 2004, aconteceu um fato histórico na Lagoinha: pela primeira vez, foram consagrados ao ministério da Pregação da Palavra, como pastores, o pai (Paulo Cintra), a mãe (Ângela Valadão Cintra) e a filha (Susie Meire). Receber o título de pastora foi apenas um reconhecimento de seu trabalho junto às crianças, adolescentes, jovens, pastores e famílias.
Susie formou o grupo “Anônimos de Cristo” para levar o amor de Deus a moradores de rua, debaixo dos viadutos, aos necessitados em bairros carentes, às cidades do interior, levando cestas básicas, a Palavra de salvação e muito amor.
Em julho de 2007, Susie trouxe à luz um trabalho internacional com crianças: surgiram os “Gideões Mirins”. As crianças também queriam orar como seus pais, e Susie montou a estratégia de preparar os intercessores infantis, de 7 a 12 anos, que teriam uniforme, formação militar, lei, lema e promessa, com dez mandamentos para serem seguidos e respeitados. Sua lei: “O gideão mirim é um intercessor pelas crianças do mundo, preparando a Igreja para a volta de Jesus!”.
Hoje, os Gideões Mirins estão em 15 países: EUA (Giden Kids), Argentina, Chile, Uruguay, Venezuela (Gedeones kids), África do Sul, Uganda, Congo (RDC), Kenya, Tanzânia, Ruanda, Burundi (Gideon Kids ou, em suarrili, Watoto Wa Gideoni), Moçambique, Angola e Brasil (Gideões Mirins).
Em dezembro de 2008, Susie foi para a África do Sul junto ao esposo e as três filhas para aprenderem inglês e servirem como missionários. Permaneceram na cidade de Durban por três anos e plantaram, ali, uma igreja com os refugiados do Congo (RDC), a Worship Center Church. Prepararam o pastor Munga para assumir o pastorado da igreja e o pastor Kitcha Malimbuko para levar ao seu país a estratégia do Ministério 24 Horas Diante do Senhor, levantando torres de oração sem cessar nas mais diversas denominações evangélicas.

Foto: Fanpage Gideões Mirins

O que gostava de fazer

Susie amava artesanato: pintar, desenhar, fazer biscuit. Gostava de fazer cursos, mas sempre pensando em ensinar na África, aos Gideões Mirins, em fazer artefatos para arrecadar fundos para missões.
Amava estar com a família na praia, andar a cavalo. Em sua última cavalgada, com toda a família (irmão, cunhada, mãe, filhas e sobrinhos), numa noite de lua cheia e céu estrelado, caminharam por umas duas horas, com cânticos de adoração ao Senhor, entrecortados de orações que Susie fazia em gratidão a Deus e louvor, por Sua bondade. Lembranças inesquecíveis de sua companhia e pureza.
Ela era uma hábil contadora de histórias. Sabia tomar textos difíceis da Palavra de Deus e trazê-los de maneira simples para o alcance das crianças.

Sua partida

Susie foi para os braços do Senhor às 15h30 do dia 2 de janeiro de 2016. Não foi o câncer que a derrotou, pois havia oração constante por ela e pedidos ao Pai Celeste que a livrasse da dor e do sofrimento desta enfermidade. Susie foi acometida por uma infecção bacteriana grave em sua corrente sanguínea e teve total assistência médica e da família em seu último dia.
Ela estava se sentindo bem e planejando estar com a família na praia durante o mês de janeiro. Passou a semana do Natal até a véspera do Ano Novo com a família. Havia terminado de ler o livro de Jó no dia 30 de dezembro de 2015, e refletíamos sobre o tempo de provação e a recompensa após as provas.
Ao ser internada no hospital, Susie teve momentos preciosos com seu esposo, sua mãe e sua filha Hadassa. A paz e a alegria estavam em seus lábios e emanavam de seu coração. Quando veio a notícia médica de que ela tinha poucas horas de vida, a família ali estava, junto aos pastores Márcio e André Valadão, entoando cânticos de adoração e gratidão por mais de três horas. Hadassa orou intercedendo longamente por ela e, enquanto seu corpo recebia carinho de tantas mãos (pais, esposo, filhas, tio, primo, irmão, cunhada…), Susie partiu suavemente para o lar do Pai.
Até na data de seu passamento, Deus permitiu, com detalhes pequenos, que fosse uma data fácil para os parentes e amigos poderem lhe dar o último adeus. Depois de passarem as datas importantes de comunhão familiar (Natal e Ano Novo), 2016 começaria para nós, os que ficamos, sem nossa “princesa guerreira”, como Kaiser costumava chamá-la.


Foto: Jean Assis

Sua marca de mulher guerreira

Durante sua luta contra a enfermidade, Susie teve milhares de pessoas no Brasil e nas nações orando por ela. Em seu país, de norte a sul, de leste a oeste, ela levou um chamado de santidade e fé. Nas nações onde pisou, deixou sua marca de mulher guerreira e fiel: Haiti, África do Sul, Moçambique, Burundi, Congo, Argentina… Seus programas gravados em Israel, pela Rede Super de Televisão, trouxeram ensino e sua doce companhia, mostrando a beleza da Terra Santa e os ensinos práticos das Escrituras para nós hoje.
Susie falou durante toda sua vida, alcançou milhares de desconhecidos, os quais jamais veria aqui na terra, com seu exemplo de vida, suas palavras de sabedoria e cheias da graça e da presença de Deus.
Susie é inesquecível, foi especial e continuará falando, mesmo depois de sua partida. A Deus, a nossa gratidão e o nosso louvor por nos ter permitido conviver com esta “pérola de grande preço”.

Susie lutava contra uma metástase óssea desde o ano passado e sempre se mostrava confiante durante o tratamento. Com a ajuda do esposo, Kaiser, ela fazia vídeos com mensagens inspiradoras, que eram publicados na fanpage do pastor e alcançavam milhares de pessoas.

Assista a um dos vídeos:



Fonte: Lagoinha.com

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