Uma nota curta no site do Itamaraty põe fim ao imbróglio diplomático entre Brasil e Israel que se arrasta desde 2015. O texto diz: “O governo brasileiro tem a satisfação de informar que concedeu agrément ao senhor Yossi Shelley como embaixador extraordinário e plenipotenciário de Israel no Brasil.”
A aceitação do nome indicado por Israel põe fim a um período de dificuldades das relações bilaterais nos anos em que o PT ocupava o Palácio do Planalto. Além de o ex-presidente Lula ter reconhecido a Palestina como estado independente, em 2010, na mesma época doou 10 milhões de dólares para o grupo terrorista Hamas, que controla a Faixa de Gaza.
No governo Dilma não houve melhora no relacionamento com Israel. Ela permitiu que fosse aberta no Brasil a primeira embaixada palestina fora do mundo muçulmano. Não por acaso, o local tem a forma de uma mesquita. No fim de 2015, a embaixatriz Reda Mansour voltou a Israel por motivos familiares. Seu substituto seria Dani Dayan, mas o governo brasileiro rejeitou a indicação, após ser pressionado pela Autoridade Palestina.
O motivo da rejeição é que Dayan foi presidente de um conselho que representa colonos da Cisjordânia. A justificativa do Itamaraty era sua clara posição a favor dos assentamentos em territórios reivindicados pelos palestinos.
Desde então impõe-se um veto “silencioso”. Dayan acabou sendo designado para representar Israel junto às Nações Unidas. Netanyahu não indicou outro diplomata ao posto em Brasília por quase um ano.
Somente agora, após o impeachment de Dilma e a troca do comando do Itamaraty, com Serra à frente, as relações parecem ter se normalizado. Shelley pertence ao Likud, partido do primeiro-ministro Benjamim Netanyahu, e foi chefe dos Correios de Israel. Essa é a primeira vez que assume um posto diplomático.
O Ministério das Relações Exteriores de Israel emitiu um comunicado, anunciando o novo embaixador e disse acreditar que esta é “uma nova era nas relações israelo-brasileira”. “Não há dúvida que esta nomeação irá promover a amizade entre os dois países”, afirma o documento que lembra: “O Brasil é lar de uma importante comunidade judaica e sionista”.
Com informações Jerusalém Post
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