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terça-feira, 27 de junho de 2017

Cristãos não podem ser contra Israel, defende teológo

Por diversas razões a igreja deveria pensar de forma diferente sobre a terra de Israel e os judeus como o povo da aliança de Deus, argumenta o teólogo Gerald R. McDermott, professor na Escola Teológica Beeson, em Birmingham, Alabama.
Ele explica isso detalhadamente em seu novo livro, chamado “Israel Importa”, ainda inédito no Brasil. “Os judeus foram horrivelmente injustiçados pelos cristãos ao longo de milênios”, resume McDermott, apontando para o fato que o momento atual do mundo apresenta “grandes complexidades geopolíticas”, especialmente no Oriente Médio.

Teologia equivocada

“O erro de pensar que Jesus se afastou do judaísmo e começou uma nova religião favorece o distanciamento entre cristãos e judeus. Isso faz com que vejamos os judeus como o ‘outro’”, disse ele.
Porém, destaca o estudioso, nas últimas décadas, há um ressurgimento do movimento Sionismo cristão. Essa visão bíblica destaca que a terra de Israel e o povo judeu continuam no centro dos propósitos eternos de Deus.
McDermott reconhece que essa ideia é muito rejeitada nos círculos acadêmicos desde a Reforma, pois a maioria de seus líderes defendia que houve uma “substituição” de Israel pela Igreja.
Contudo, após anos de estudo, ele insiste que não conseguiu encontrar embasamento bíblico para tais argumentos, especialmente por que várias vezes nas Escrituras lê-se que os propósitos divinos são imutáveis e há muitas profecias referentes aos judeus e a terra de Israel para serem cumpridas.
Fazendo uma análise do pensamento teológico desde os primeiros séculos, ele destaca que desde os pais da Igreja como Tertuliano até eruditos mais recentes como o teólogo Karl Barth, defendiam que chegaria o dia em que os judeus retornariam à sua antiga pátria.
A maioria desses teólogos não aceitavam “espiritualizar” as promessas feitas por Deus aos judeus, tentando colocar a Igreja no centro. Eles também apontavam para o cumprimento de todas as profecias bíblicas, especialmente as relativas aos últimos tempos, que dão a Israel um papel de destaque.
O professor McDermott questiona que a chamada “teologia da substituição” e sua versão mais moderna, a “teologia da realização”, não conseguem justificar de modo consistente como ficam as promessas de Deus sobre a terra de Canaã e o repetido uso de “aliança eterna” relativa a muitos pactos divinos com o povo judeu.
“Paulo diz em Romanos 11:28 que os judeus que não aceitaram Jesus como Messias eram inimigos do Evangelho”, contudo, continuam sendo “amados por Deus”. Além disso, o versículo 31 usa o termo “também”, ou seja, Deus não exclui os judeus de seus planos para trocá-los pelos cristãos.
Outro texto lembrado por ele é Atos 1:6. “Quando os discípulos de Jesus perguntaram antes da sua ascensão: Senhor, quando restabelecerá o Reino para Israel? Jesus não disse que eles estavam errados por pensar que haveria um Israel futuro, estabelecido pela mão de Deus”, sublinha.
Mas o motivo principal pelo qual os cristãos não podem ser contra o povo judeu e sua terra, obviamente, é por que Jesus era judeu, assevera McDermott.
“Os judeus foram criados por Deus como representantes da humanidade. Então, se a Bíblia mostra que eles se afastaram de Deus, isso realmente mostra como todos nós agimos. Jesus disse que a salvação vinha dos judeus e previu que algum dia Jerusalém o receberá e ali ele governará com seus apóstolos sobre as tribos de Israel”, insiste.
Acrescentou ainda que “Se os cristãos começam a pensar que são, de alguma forma melhores só por que acreditam em Jesus como o Messias, não conseguirão entender totalmente a graça de Deus”.

O governo de Israel também erra

Apesar de suas objeções teológicas, McDermott não concorda com os sionistas cristãos que acreditam que a nação de Israel está isenta de erros. Ele não tem medo de criticar o governo israelense quando há motivos. Em seu livro, ele reconhece que, por vezes, os palestinos foram injustiçados e os líderes políticos de Israel tomaram atitudes “belicosas e imprudentes”.
Também reclama que o Israel moderno deveria fazer mais para proteger os judeus messiânicos, que ainda sofrem represálias. Para os cristãos que se preocupam com os palestinos, o estudioso encoraja-os a visitar Israel. Somente assim poderão ver como eles vivem e também se informarem melhor sobre os grupos terroristas palestinos e suas constantes ameaças de guerra e atentados.
Questionado sobre a promessa do presidente Trump em mudar a embaixada para Jerusalém, McDermott defende que tal gesto “ajudaria a causa da paz”. “Seria apenas o reconhecimento da verdade bíblica: Jerusalém é a capital de Israel, não outra cidade. Em segundo lugar, os líderes palestinos são bandidos e perceberiam com este movimento que não podem mais ditar as regras como eles fizeram com Obama e ainda fazem com as Nações Unidas”, conclui o professor. 

Com informações Christian Post

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