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sexta-feira, 25 de novembro de 2016

Igrejas são “cobertas de sangue” para lembrar os milhões de cristãos vítimas de genocídio

Apesar do “silêncio conivente” da Organização das Nações Unidas (ONU), que se recusa a reconhecer o genocídio sofrido por cristãos em todo mundo, em especial no Oriente Médio, a Fundação Ajuda à Igreja que Sofre (AIS) continua seu trabalho de conscientização.
Em abril, a Fontana de Trevi, um dos mais conhecidos cartões postais de Roma, teve suas águas tingidas de vermelho, numa imagem que lembrava sangue. Foi uma forma de lembrar o sangue verdadeiro, derramado pelos cristãos perseguidos e mortos por causa de sua fé.
Nesta quarta-feira (23) foi a vez de Londres ser “pintada” de vermelho. A iniciativa, apelidada de #RedWednesday [Quarta vermelha] originalmente acenderia luzes vermelhas diante de prédios religiosos, como a Abadia de Westminster e templos evangélicos e católicos. O efeito visual tinha como objetivo lembrar o sangue das vítimas de intolerância religiosa.


Mas além de evangélicos e católicos, a AIS também mobilizou judeus, igualmente perseguidos e até mortos em muitos países. Além da Catedral de Westminster, ficaram vermelhas a Sinagoga de St John’s Wood e a Catedral Ortodoxa Copta de São Jorge.
Contudo, diversos edifícios da capital britânica também decidiram lembrar esses casos de perseguição religiosa. Foi uma forma de chamar a atenção para o problema, já que a grande mídia permanece alheia a esse drama.
Quem andou pela cidade a noite viu vários edifícios simbólicos em Londres “pintados” de vermelho, como o London Eye, a imensa roda gigante que fica no centro da cidade. No Palácio de Westminster, além do sangue memorial colorindo sua fachada, do lado de dentro foi apresentado o relatório da Fundação AIS sobre a Liberdade Religiosa Global na Câmara dos Comuns, equivalente à Câmara dos Deputados no Brasil.
O estudo pode ser lido na íntegra no site criado para divulgá-lo. Estima-se que 76% da população mundial vive com algum tipo de restrição à liberdade religiosa. Em junho, a ONU divulgou que 65,3 milhões de homens, mulheres e crianças foram forçados a sair de suas casas por causa de guerras e perseguições no ano passado.
O patriarca ortodoxo sírio do Oriente Médio, Inácio Aphrem II, afirmou que esse impacto visual servia como “uma lembrança de que o martírio continua e sempre estará conosco”. Ele afirmou ao Christian Today: “Cristãos e pessoas de outras religiões estão sendo perseguidos em todo o mundo e muito pouca atenção é dada a isso pelos políticos e pelos governos”.
A ideia de levar o assunto para a Câmara dos Comuns foi apresentada pelo parlamentar Lord Alton de Liverpool. “Se cada igreja no país fizer o mesmo poderemos despertar a nossa classe política sobre a escalada do sofrimento”, assegurou. 

“É um tempo crucial para defender aqueles que sofrem ou morrem por suas crenças”, defende Lord Alton, que relatou casos de cristãos presos simplesmente por tomarem parte em uma reunião de oração, líderes cristãos que passaram a metade da vida na prisão por não abdicarem da sua fé e atos terroristas visando especificamente a morte de cristãos ou a destruição de igrejas.
O parlamentar recordou que em termos legais, a liberdade religiosa é defendida no artigo 18 da Declaração Universal dos Direitos Humanos. “Mesmo assim ele é violado diariamente”, resumiu. Citando o teólogo alemão Dietrich Bonhoeffer, que morreu na Segunda Guerra por se opor ao nazismo: “O silêncio diante da maldade é maldade em si mesmo. Deus não nos encontrará inocentes. Não falar é falar. Não atuar é atuar”.

Projeto semelhante no Brasil não teve apoio

A AIS tentou fazer no Brasil um evento semelhante, mas não obteve o apoio necessário. Em 25 de outubro do ano passado, o Cristo Redentor, o símbolo maior da cidade do Rio de Janeiro, foi “pintado” de vermelho apenas por uma hora. Nenhum órgão de imprensa deu destaque ao evento.
Na ocasião, o padre Douglas Bazi, sacerdote caldeu do Iraque, esteve no Brasil para dividir suas vivências como minoria perseguida no evento “Mártires de hoje: perseguidos, mas nunca esquecidos”.
Diferentemente da Europa, onde o genocídio de cristãos foi reconhecido – e censurado – pelo Parlamento, por aqui nenhum deputado federal vem tratando do assunto publicamente. Não há sequer uma nota da Bancada Evangélica.

Fonte: Gospel Prime

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